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CINEMA DE BORDAS OK, MAS O QUE É O CINEMA PERIFÉRICO?

  • Foto do escritor: Davi Benseman
    Davi Benseman
  • 17 de nov.
  • 12 min de leitura

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APRESENTAÇÃO

Quantos filmes você já assistiu que foram filmados dentro de favelas e periferias e quantos filmes você assistiu que foram feitos (ou seja, produzidos, realizados) por pessoas da periferia e exibidos em espaços periféricos?

Não é novidade pra ninguém, que no cinema brasileiro a imagem das periferias foi bastante explorada, assim como a imagem da pessoa periférica foi e ainda é muito retratada, (com retratada eu quero dizer que em sua maioria eles só fazem uma colagem de signos da periferia) nesses filmes de massa produzidos pelas grandes produtoras.


Muitos ainda procuram convidar atores e não-atores periféricos, mas o que interessa aqui é quem está por trás das câmeras.


FAVELA MOVIE

Esse tipo de filme feito por grandes produtoras, que se apropria da imagem da periferia e do periférico, pode ser chamado de Favela Movie. Que é (deixando bem claro) uma conceitualização bem recente.

É importante pontuar o que é o Favela Movie para entendermos que o Cinema Periférico não abrange esse tipo de filme ou melhor dizendo, não tem nada a ver com ele. Mas, o que seria o Favela Movie?

Segundo a melhor fonte de todas, o Wikipédia, o


Favela movie é um nome utilizado por alguns jornalistas e críticos de cinema para designar um gênero de filme que tem a favela como cenário, tendo como tema muitas das vezes a violência explícita e o tráfico de drogas. Alguns dos filmes mais conhecidos do gênero são Cidade de Deus, Cidade dos Homens e Tropa de Elite. No Favela Movie é comum a mistura de gênero e temas policiais, crimes, e ação.

Se você quiser saber mais sobre os Favela Movies só olhar o vídeo do Cinédito que tá aqui no card.


INTRODUÇÃO AO CINEMA PERIFÉRICO DE BORDAS

Por isso, hoje vamos tentar conceitualizar o que seria o Cinema Periférico, mas calma que pra chegar no cinema periférico, precisamos falar de outro cinema, o Cinema de Bordas.

Segundo a pesquisadora Bernadette Lyra,


“O cinema de bordas é produzido por realizadores autodidatas, moradores de cidades pequenas ou de arredores das grandes capitais. Os filmes periféricos têm um público específico e apresentam características alternativas que estão voltadas para o entretenimento. Esses filmes são produtos adaptados às regiões, ao modo de vida e ao imaginário popular e massivo das comunidades envolvidas no processo de sua produção.”


Interessante dizer que por autodidata aqui, quer dizer que os cineastas periféricos aprendem a fazer cinema fora das instituições formais de ensino do cinema, como por exemplo uma faculdade de cinema, ou um curso profissionalizante (que são caríssimos), então, fazendo um recorte de classe, podemos garantir que na grande maioria não houve um parente ou mentor que lhes influenciasse e os ensinasse a fazer cinema.

Foram alguns recursos recentes de acesso à informação (como essa plataforma de vídeos que me permite abordar esse assunto), e também às oficinas de cinema de graça e dentro das periferias, assim como o programa de cotas que fizeram esse cenário ser aquecido agora pelas mãos e olhares dos periféricos.

Bernadette também fala sobre esses filmes serem voltados para o entretenimento e terem um público específico, o que por hora podemos entender esse público como uma intencionalidade de alcance.


NÃO SE FALA DISSO FORA DAS ACADEMIAS E FESTIVAIS

Mas esse trecho sobre Cinema de Bordas que eu acabei de mostrar é só o resumo do artigo da Bernadette Lyra, lendo o artigo a gente entende o porquê de por exemplo esse tipo de estudo no Brasil é quase inexistente. Você pode pesquisar em diferentes plataformas audiovisuais sobre Cinema periférico, ou Cinema de Bordas, que você não encontrará… quase nada em vídeo sobre esses assuntos.


Pelas minhas pesquisas em materiais audiovisuais muito foi falado sobre o Favela Movie, e a fetichização da periferia nas produções nacionais, mas não há muitos vídeos (que não sejam entrevistas e debates em lives, deixando bem claro) que abordam o Cinema Periférico como uma categoria de conceitualização válida, que consiga olhar de fora uma certa “cena” de filmes e dê à eles uma unidade representativa no cinema nacional.

E toda essa exclusão se dá pela mesma maneira que as classes mais baixas e a periferia é excluída. Estamos falando de um tipo de produção cinematográfica que além de pouco vista/acessada, é pouco estudada ou quase nunca colocada como objeto de pesquisa.


Ainda segundo a Bernadette, esses filmes, muitas vezes são estigmatizados, quando não rechaçados pela historiografia do cinema tradicional, ou seja, por aquela historiografia que estabeleceu padrões e cristalizou o modelo de cinema que em boa parte é pautada nas noções de autoria e na noção de artístico.


CARACTERÍSTICAS E PRINCÍPIOS DO CINEMA DE BORDAS

A realidade do Cinema de Bordas se encaixa com as características culturais que a pesquisadora Jerusa Pires Ferreira vai apontar em um certo tipo de produto da cultura de bordas que:


“fica numa faixa de transição entre uns e outros, entre as culturas populares (reconhecidas como folclore) e a daqueles que detêm maior atualização e prestígio, uma produção que se dirige, por exemplo, a públicos populares de vários tipos, inclusive aqueles das periferias urbanas (as ditas culturas de massa) (Ferreira 1989–1990: 173).”


Portanto, essa denominação “de bordas”, tem caráter cultural antropológico, que pode se estender a outros aspectos culturais, e podemos estudá-los por meio dos fenômenos midiáticos de produção e consumo, que aqui envolvem o cinema.


E ela vai afirmar em seguida que o Cinema de Bordas se constitui com base em dois princípios: Propor entretenimento e realizar um filme que dialogue com a cultura de massa.


Então, o comportamento trivial do lazer e os contratos da cultura midiática e massificada, apresenta certas características específicas que o diferem de outras formas de se fazer cinema, principalmente em relação às questões específicas de produção e circulação, quase sempre nas margens, e com margem aqui eu quero dizer afastada tanto do mercado cinematográfico quanto dos festivais e circuitos exibitivos de arte.


CINEMA DE PERIFERIA NÃO É CINEMA DE BORDAS

Assim, segundo ela, o Cinema de Bordas se faz sob um contrato periférico, mesmo NÃO sendo um “filme de periferia”, ela afirma que esse termo “filme de periferia” é um termo que vem sendo usado para designar filmes feitos por pessoas ou grupos sociais distintos, à margem dos modos tradicionais de realização e circulação, em bairros, centros comunitários, ONGs e outros.


Segundo ela, os Filme de Periferia, “possuem vozes, razões ou atitudes identificadoras de protesto ou de autoafirmação de segmentos socialmente excluídos ou de comunidades e indivíduos submetidos à violência dos grandes e pequenos centros urbanos.” E é aqui que eu encontro parte das características que vão identificar o que é o Cinema Periférico.


Algo que eu observo em relação ao tal “contrato periférico” do Cinema de Bordas, é que ele possibilita uma série de representações problemáticas sobre a imagem da periferia e do periférico. Ela salienta então que o Cinema de Bordas tem como sua única intenção os códigos do entretenimento descompromissado.

O que ela chama de Filme de Periferia, que é esse filme feito por coletivos, ou com ajuda de ONGs e com teor politizado, NOS INTERESSA, afinal espaços comunitários e coletivos são lugares em que a educação cinematográfica muitas vezes é iniciada. Mas vamos seguir, no final do vídeo eu volto para falar disso.


CATEGORIAS DO CINEMA DE BORDAS

Algo que pra mim foi muito complicado de entender é quando ela afirma que o Cinema de Bordas possui variantes e oscilações em diferentes categorias, que segundo ela se misturam e se comunicam. E as categorias que ela defende são: (esse é um resumo da Angela Pryston)


Texto lido:

A) Filmes comerciais, produzidos com a única finalidade de atingir o mercado em larga escala, que quase sempre trazem pessoas famosas da televisão no elenco;

B) Filmes realizados com a explícita intenção de parecerem subculturais, tal como o trash e outras categorias desvalorizadas pela crítica cultural e acadêmica;

C) Filmes produzidos por sujeitos sem formação acadêmica, moradores de cidades pequenas ou das periferias das grandes capitais, com uma estrutura de produção e de exibição audiovisual precárias, articuladas sobre modos artesanais e independentes de realização, observando se não apenas os parcos investimentos econômicos e esforços pessoais dos realizadores. Lembra bem dessa terceira categoria, porque é ela o foco do nosso estudo.


E assim, essa divisão é apenas para efeito didático, pois, na maioria das vezes nenhum dos tipos de filme que estão no guarda-chuva do Cinema de Bordas existe em “estado puro” com alguma dessas categorias. Mesmo assim, todos são atravessados por uma estética de subculturas, ou seja de culturas “não autorizadas” pela institucionalidade. Mesmo assim vale especular o que seria a tal pureza dessas divisões.

Estudando esse artigo da Bernadette, eu entendo o que ela quer trazer com essas duas primeiras categorias, porque sobre a Categoria A, nela também cabem filmes que usam dos signos da periferia com intuito de atingir e alcançar o público das classes baixas e fazê-lo portanto, filmes de massa. Produzidos por grandes produtoras


Ou então na categoria B, filmes que usam dos signos da periferia para realizar filmes de arte e/ou de baixo orçamento que converse linguagens cinematográficas atuais, ideal para festivais. Mas nessas duas primeiras categorias, ficam abertas possibilidades que descartam um recorte de classe por parte da realização que pode ser interessante de ser visualizado.


Já a terceira categoria, (C) , está muito longe das duas primeiras categorias. Ela implica uma realidade material do realizador.


Eu fico muito tentado a especular que essas categorias têm uma relação direta com determinadas classes sociais, onde podemos ver uma escada socioeconômica, um recorte de classe em cada categoria. Como se de alguma forma cada categoria representasse uma classe social, mas isso é especulação minha.


A Terceira Categoria, somada ao Cinema de Periferia é o que eu entendo como Cinema Periférico ou Cinema de Quebrada.


E aqui eu gostaria de afastar o que é o Cinema Periférico do que é o Cinema de Bordas. E faço isso pois em sua concepção, Bernadette coloca duas categorias de fazer Cinema de Bordas (A e B) onde pessoas ricas ou de classe média que nunca cresceram ou moraram em periferias podem transitar livremente no chamado Cinema de Bordas.


Me parece muito estranho um tipo de filme realizado à favor do mercado, por pessoas que visam simplesmente o lucro, e que muitas vezes estereotipa a periferia, ser chamado de Cinema de Bordas, mas entendo que há um contrato bilateral entre público x realizador, no sentido dos apelos aos temas populares. E respeito essa definição que hoje já coleciona alguns anos, e gerou ramificações de estudos pelo cinema.

Concordo com ela quando ela diz que essas 3 categorias podem se misturar e se comunicam, faz sentido. Mas quando elas se misturam e não se politizam, são Cinema de Borda. Quando um filme dessa Terceira Categoria ganha camadas políticas de protesto e/ou de autoafirmação ele se torna Cinema Periférico.


Então o Cinema Periférico é uma extensão do Cinema de Bordas? Sim e Não, pois ele se apropria das características da terceira categoria do De Bordas e as une com a características do Cinema de Periferia, ambos descritos pela Bernadette, trazendo o Cinema Periférico como uma potencialidade tanto política quanto de entretenimento, aliada com os fatores materiais, de realizadores autodidatas, moradores de periferia das grandes capitais, com estruturas precárias de realização.


Então podemos interpretar que no Cinema de Bordas cabem filmes como: “Zombio 2: Chimarrão Zombies”, de Petter Baiestorf, “Nervo Craniano Zero”, de Paulo Biscaia Filho, “Encosto”, de Joel Caetano, “Zazá: o artista, o mito”, de Marcos Bertoni e Alfredo Suppia, “Loreno Contra do Espantalho Assassino”, de Seu Manoelzinho, e “Roquí Son contra o Extermínio Ambiental”, de Renato Dib, “O tesouro de Cavendish” de Vinicius Guedes e Bonerges Guedes, “Na hora da morte” de Milton Santos Jr.


PARA QUÊ CRIAR UM NOVO GÊNERO CINEMATOGRÁFICO?

A noção de gênero é uma das mais tradicionais na teoria e na história do cinema, o fato dele existir revela uma série de necessidades, principalmente a de reunir filmes que compartilham dos mesmos códigos cinematográficos ou às vezes temáticas ficcionais similares.


Não dá pra ignorar que a partir de 1903, a ficção começa a se fixar como forma dominante no cinema, o que favorece uma intensa proliferação de gêneros, cada vez mais variados, que propiciou o surgimento, entre 1907 e 1915, dos filmes de guerra,westerns, policiais, entre outros.


Os filmes de bordas mais próximos da terceira categoria, trabalham com gêneros ficcionais do cinema clássico, como terror, suspense, romance, ação, aventura, etc. Mas isso não os faz iguais aos outros filmes desses gêneros ficcionais, que vemos nos streamings e cinemas.


Desde os primórdios do cinema, os gêneros satisfaziam uma demanda de sentimento e de encantamento dos espectadores que com eles riam, choravam ou se amedrontavam, tal como na própria vida e no mundo.

O próprio mercado foi regulando e reproduzindo os gêneros, no duplo sentido de inovar e repetir, com fins de garantir uma “experiência” do cinema e de abranger as muitas diferenças de gosto e de adesão dos espectadores às convenções narrativas e estéticas do novo meio que surgia.


Voltando a falar da terceira categoria criada pela Bernadette, os realizadores autodidatas, por exemplo, fazem filmes que estão em perfeita sintonia com as comunidades em que são produzidos, bem como no imaginário dessas comunidades.


Mas esses filmes, mesmo sendo práticas situadas no território dos gêneros, não são apenas fruto da concepção de seus realizadores, mas sim de todas as circunstâncias e materialidades que envolvem essa concepção.


Por exemplo, os realizadores do cinema periférico de bordas precisam imaginar narrativas que sejam possíveis a partir da realidade material de cada um, ao invés de colocar elementos em seus roteiros que eles não irão conseguir produzir.


Parece básico pensar nisso quando imaginamos filmes com dinossauros, aviões, helicópteros, explosões, e uma série de coisas que são caras até mesmo para uma produção multimilionária. Mas se trata de coisas muito menores, como: duração do filme, quantidade de atores, quantidade de cenários, quantos integrantes na equipe, etc.


Nesse caso, especificamente, trata-se de assumir que a noção de gênero é utilizada como o espelho de um modelo de produção, ao qual não são estranhas as circunstâncias sociais e históricas de uma determinada coletividade, ou seja, de algumas comunidades brasileiras interioranas.


CINEMA PERIFÉRICO

Há nos filmes periféricos a intenção de despertar o interesse na mitologia de cada bairro, periferia ou cidade afastada, usando de artifícios narrativos em suas tramas que se assemelham ou mimetizam o cinema de gênero, mas sempre realçando as particularidades daquele espaço, que podem e vão influenciar a maneira como os periféricos (tanto os personagens desses filmes, quanto os realizadores) vivem e agem. Sem esquecer a “distribuição”, os filmes periféricos também irão influenciar a maneira como os espectadores da periferia vão receber e interpretar o filme.


Para ser periférico, na minha proposta, o filme precisa ser feito por uma equipe majoritariamente periférica e de classe baixa, realizada e filmada dentro de um espaço periférico, de preferência o território onde uma parte ou a maior parte da equipe vivem ou viveram por alguns anos, com atores ou não-atores da periferia, com um enredo ou representação que entenda o universo da periferia retratada, ou que o represente.

São filmes que muitas vezes tem caráter de denúncia, ou fabulação sobre vivências da periferia.

A distribuição é um outro fator que pesa tanto quanto a produção destes filmes, sabemos que no Brasil (e em outros países do Terceiro Mundo), o cinema de rua sempre foi algo dos centros, das grandes cidades, o mais próximo que existe para o periférico são cinemas em shoppings à alguns quilômetros de sua distância, isso para uma minoria de alguns poucos periféricos.


O cinema de shopping não serve ao Cinema Periférico por questões óbvias, pensando que até mesmo filmes nacionais são minorias nesses espaços.


Para além disso, o Cinema Periférico inclui questões técnicas que não o fazem favoráveis nas salas grandes, a produção desses filmes é quase sempre um milagre, o dinheiro para a distribuição é quase sempre inexistente e o aparato técnico para a realização desses filmes é na maioria precário.


O que faria sentido dentro do cinema periférico seriam esses mesmos filmes serem exibidos em seus lugares de origem, produção e realização. Mas em sua maioria, não é o que acontece. Na maior parte das vezes os filmes realizados dentro de periferias e realizados por periféricos com um valor de produção quase insignificante são exibidos em cinemas ou centros de cunho cultural, normalmente localizados no centro de grandes cidades.


Um fato que importa, portanto, é que esses filmes sejam exibidos ao menos uma vez em sua própria região de origem, para que assim na lógica de distribuição, essa exportação do filme periférico para os centros seja ao menos valorizada de algum modo. Pois se sabe que o filme também foi visto pelos moradores daquela região e a partir da reação positiva ou não, ele está pronto/aprovado pelo território para circular nos centros culturais.


Um tema que rende outro vídeo é sobre a distribuição do Cinema Periférico, falando justamente da dificuldade de exibir filmes dentro de territórios periféricos, (de uma maneira que consiga juntar uma quantidade significativa de espectadores) e sobre as exibições quase sempre fora da periferia e em sua maioria sem retorno financeiro para os realizadores.


Penso que para ser periférico, o filme deve ter certas limitações que são materiais (ou dogmas se preferir), o que me lembra do Dogma Feijoada por exemplo, que a partir de seus dogmas faz o recorte racial exaltando o realizador preto como potencialidade criativa única.


Elas definem e protegem os filmes do Dogma Feijoada da apropriação de pessoas brancas, e das violências racistas e coloniais que pessoas pretas estão sujeitas na produção de um filme fora desse dogmas.

Com o Cinema Periférico não poderia ser diferente, é preciso limítrofes conceituais, que influenciam na materialidade da realização, dogmas que definem e protegem as obras da apropriação de realizadores da classe média e rica, contextos que limitam a partir das classes sociais e de seus territórios de vivência, o que é Cinema Periférico e o que não é.


O Cinema Periférico tem nomes maravilhosos como: Lincoln Péricles, Adyrlei Queiroz, Daniel Fagundes, Stheffany Fernanda, Rosa Caldeira, André Novaes de Oliveira, Fábio Rodrigo, Thais Scabio, Janaína Reis, Vinícius Silva.


Uma nova geração do cinema que está materializando imagens e vivências específicas de pessoas que moram nas quebradas e com isso trazendo luz às questões emergentes, questões de raça, de gênero, de sexualidade e de falta de privilégio.


Um cinema que aborda a distância dos centros, e a partir da representação desse afastamento a potencialidade de mostrar a exclusão dessas culturas que cercam e moldam os centros.


O Cinema Periférico é potente porque pontua todas as tretas que o periférico passa, a partir das diferentes identidades da quebrada. E o nosso trabalho agora é dar visibilidade a esses filmes e realizadores, tanto quanto suas periferias. Porque também tem que ser do nosso interesse entender as diferentes e possíveis identidades de cada bairro, a partir da sua história, a partir dos seus contextos.


Cada periferia insurge signos diferentes e comuns em relação a todas as quebradas, o que na sua quebrada uma gíria pode ser uma coisa, na outra pode ser outra, enfim.


O que importa é estarmos atentos para esses signos específicos, que podem revelar mais sobre os realizadores de periferia, uma vez que hoje, sabermos as origens e contextos de artistas conta muito para a interpretação dessas obras.


Esses realizadores e seus filmes serão abordados em outro texto, aprofundando a discussão começada aqui.

Se você discorda de algum argumento que eu tenha feito é só fazer um comentário, eu vou ser muito honrado em te responder. Por hoje é só e por favor, assista Cinema Periférico.

 
 
 

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